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A Fita: Terror “Cortado e Editado” Na Medida Certa!

05/06/2013

Noite passada, fui convidado pelos amigos João Pedro Torres e Diego Astaurete para jogar A Fita, que logo será publicado pela editora Retropunk. Um jogo que, confesso, não me atiçou pela sua perspectiva “Found Footage” (um gênero cuja principal referência que tenho é Cloverfield, que nem chega a ser terror puro). Mesmo assim, para quebrar meus paradigmas, entrei no Roll20 para degustá-lo.

Logo de cara, me deparei com o “tabuleiro” do jogo: Personagens, Locações, as Câmeras… o jogo estava muito bem caracterizado, e senti maior entusiasmo para a sessão. Cada um de nós recebeu sua quantia em Pontos de Vídeo (a “moeda corrente” do jogo) e decidimos por uma das muitas Sinopses descritas no livro – um ponto de partida para nós, chamado Bebendo Demais.

Um grupo de arruaceiros bebe demais e sai à noite com uma filmadora gravando cenas de vandalismo cometidas por eles mesmos. Nessa brincadeira eles vão invadir a casa de uma velha senhora, mas ela não é exatamente a pessoa frágil e inocente que eles pensaram que fosse, e agora vão sentir na pele.

A-FITA

A capa por si só já prevê o estilo do jogo.

Ação……………Corta!

A dinâmica narrativa d’A Fita é muito simples e elegante. A história se desenrola pelo uso dos Pontos de Vídeo, usados para colocar Personagens, Locações e Câmeras no jogo. Da mesma forma, um Diretor (o jogador que cria uma cena no seu turno) também usará estes para narrar, aos passo que os Editores (jogadores fora da cena) concedem seus Pontos para o Diretor, e ganham o direito de adicionar (ou editar, mesmo) a cena depois de criada.

O legal mesmo do jogo, para mim, é a narrativa. Ela é medida por um cronômetro, pois cada Ponto de Vídeo utilizada na cena concede ao Diretor quinze segundos de narrativa.

Isso mesmo, quinze segundos. E o jogador tem que se virar para descrever sua idéia neste tempo (ou usar mais Pontos).

Mas não é só isso. No início do jogo, nós escolhemos um número entre um e nove para ser a Hora Maldita. Se o último milésimo do cronômetro, depois da narrativa, fosse igual ao número escolhido, a Tensão aumentaria na cena – logo, a cena seguinte teria que conter os efeitos da tensão (entre um susto, uma agressão ou a morte de um dos personagens envolvidos, respectivamente). Some a isso uma rolagem de dados para definir um número novo para a Hora Maldita, e temos aqui um jogo com um tom cinematográfico e, ao mesmo tempo, aterrorizante.

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A Bateria Está No Final…

Uma sessão de A Fita pode encerrar a qualquer momento. Basta que o Diretor termine a sua cena com a frase “Neste Momento, A Fita Acaba“. Foi o que aconteceu com a gente, quando uma despretensiosa “água do joelho” resoltou na morte brutal de três jovens. Tudo isso perpetrado por uma velhinha macabra, seu filho deformado e demente e um vulto grande e irreconhecível – um verdadeiro roteiro de terror!

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Em outras palavras, eu não apenas o recomendo para você, fã de terror (em especial, de Found Footage), como peço sua ajuda com os playtests dele. Para ilustrar mais o jogo, deixo aqui uma sessão, e também a versão do jogo. Vamos contribuir com este, que já é um grande título do RPG nacional.

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Neste Momento, A Fita Acaba.

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