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Ágora – Contando e vivenciando histórias na Grécia Antiga

13/12/2022

A origem do Ágora remete ao ano de 2012, quando tive a iniciativa de escrever um jogo sobre a Grécia Antiga. Sempre amei o cenário, mas nunca conheci nenhum jogo que realmente me fizesse sentir imerso no mundo helênico clássico (os filmes então, dos mais abomináveis).

No mesmo ano, com pouco material pronto (ou seja, fazendo fichas e escrevendo no ônibus) tive o prazer de fazer um primeiro playtest no World RPG Fest.

O tempo passou,  e o jogo, até então chamado de Quintessência, continuava fisicamente na gaveta (ou no HD do computador, pra ser mais preciso). Curiosamente, no entanto, o projeto nunca saía da minha cabeça. Seus playtests ainda aconteciam ora aqui, ora ali, muitas vezes nos lugares – e países, mais exóticos.

Em 2016, no entanto, tomei vergonha na cara, e nas praias do Arroio do Silva, jurei à Hermes terminar meu projeto. De lá pra cá, o jogo amadureceu junto com seu autor, tomando forma em uma 1a versão adequada para compartilhamento: Ágora – Versão Playtest.

Hércules e Atena Cerâmica grega antiga, 480–470 a.C.

Eu achava que estava perto do final, mas, na verdade, era o meio do caminho…

Minha relação com os jogos mudou bastante de lá pra cá, e o meu querido blog Aventurando-se vive mais das glórias do passado do que do presente. Apesar disso, como não poderia ser diferente, os RPGs e o Ágora nunca se distanciaram totalmente da minha vida.

Como promessa é dívida – afinal, não sou nem louco de contrariar Hermes – venho finalmente cumprir minha promessa, declarando com imensa alegria: o Ágora está pronto!!!

Download Ágora

Ágora, ouἀγορά, em grego, pode ser traduzido como assembleia em português, ou seja, uma reunião de pessoas com um objetivo em comum. O objetivo desta ágora, deste jogo, é que você e seus amigos construam e vivenciem uma epopeia inspirada na mitologia grega.

Se você baixou os documentos, leu, e preferencialmente – mas não exclusivamente, jogou o Ágora, eu ficarei imensamente grato de ouvir qualquer feedback sobre o jogo. Vocês podem comentar aqui no blog, me escrever no facebook ou enviar um e-mail para: chico.lobo.leal@gmail.com

Grande abraço e viva Hermes, o mais astuto dos deuses,

Chico Lobo Leal

RPG, heroísmo e fake news

08/03/2021

Um tema que gosto muito de pensar e discutir é o aspecto simbólico do heróismo, ou, em outras palavras, o que um herói representa. Escrevi sobre isso, de maneira até emocionada, após assistir o documentário Senna, 9 anos atrás (!!): https://aventurandose.wordpress.com/2012/06/23/a-importancia-do-heroi/

Desta vez, outro produto audiovisual me inspirou a retomar esse assunto. No caso, o excelente Samurai Jack.

No episódio 13 da 1a temporada do desenho, o grande vilão da série, Abu, reúne uma plateia de crianças, e conta histórias de como Jack é um samurai mau, e ele mesmo, Abu, é um herói tentando defender o mundo.

Olha que interessante, assim como outro vilão real que ocupa um alto cargo na política brasileira, Abu estava utilizando fake news pra criar uma imagem positiva perante a população!!! Quem diria que esse episódio de 2001 seria tão atual 20 anos depois…

Mas, além dessa infeliz correlação, gostaria de expor aqui, mais uma vez, o quão interessante é pensar no que um herói representa, especialmente para os humildes, para os oprimidos, e, claro, para as crianças. Personificar um herói num RPG pode ser uma oportunidade de vivenciar glórias e vitórias, mas, também, é uma ótima chance de experimentarmos as responsabilidades do heroísmo: ser um exemplo para outros, ter consciência de que suas ações influenciam outras pessoas, e até sociedades inteiras.

Com um hobby que nos abre tantas possibilidades, está aí algo que nos faria bem: vivenciarmos completamente a experiência do heróismo: da fama às dificuldades. E, ainda: uma oportunidade de ouro para os Mestres e Narradores criarem um vilão que age de forma diferente. Em um cenário medieval fantástico, por exemplo, que tal, ao invés do tradicional necromante super-poderoso, um nobre influente que espalha fake news sobre os heróis do grupo?

Ou, em um cenário cyberpunk, porque não um representante de uma corporação que solta fake news sobre um produto, como, por exemplo, um remédio que não cura a doença que assola a população, enquanto os heróis lutam para desmascarar o vilão e informar a população?

Sem dúvida uma oportunidade de ouro pra nos inspirarmos nos jogos para atuarmos no mundo real!

Roll the bones,

Chico Lobo Leal

Jogos Narrativos & Videogames

20/09/2020

Tempos atrás, fui convidado a participar de uma conversa muito especial com um grande consagrado da cena independente de jogos: o Sr. Jorge Valpaços, membro ilustre do Lampião Game Studio.

Foi uma conversa edificante sobre um tema bem batido, e também polêmico, entre jogadores: uma relação entre jogos analógicos (em especial, narrativos) e jogos digitais. Uma relação bastante forte, diga-se de passagem.

Você pode conferir o resultado da conversa no vídeo abaixo.

A partir do que foi comentado (e posto em debate) acima, quero jogar a conversa a vocês, caros leitores. Vamos contribuir com este diálogo, para quem sabe entender um pouco do contexto em que nós (jogadores) estamos inseridos.

Que Luna os ilumine, e até a próxima!

Apresentando… Sua Majestade

03/09/2020

Esta é uma história parecida com tantas outras e, ao mesmo tempo, tão diferente delas.
Esta é a história de uma Criança. Distraída, vívida e impulsiva. Enfim, uma Criança como qualquer outra.

Em suas brincadeiras e impulsos, ela se perdeu de casa. Foi parar em um lugar muito muito distante, que nunca tinha visto, ou sequer ouvido falar.
Foi ao olhar para trás, que acabou caindo. Rolou incontáveis vezes, até se deparar com o chão duro e frio.

Ficou ali por algum tempo, engolindo o choro de suas feridas até que a dor deixasse de ser um incômodo. Foi neste momento em que ergueu os olhos, e viu onde estava. De tão maravilhado, imaginou ter caído em um dos vários mundos coloridos que vira em seus livros, e mal tinha palavras para descrever tudo aquilo.

Ironicamente, foi neste momento em que percebeu não estar sozinho. Para onde quer que olhasse, havia olhos perseguindo cada movimento seu. Por um instante, pensou em correr e se esconder.
Mas… onde faria isso? Para onde iria, se nem sabia onde estava? E onde poderia se esconder, já que não estava mais em sua casa (onde conhecia todos os esconderijos possíveis)?

De tanto pensar sobre o que fazer, mal pôde perceber a aproximação de um deles, lhe oferecendo a mão para lhe ajudar. Apesar da aparência, aquela criatura tinha um olhar sereno e pacífico – algo bem próximo do que sua mãe fazia quando ganhava um presente seu.

‘Venha, jovem.’ A voz dela ressoava como uma melodia grave. ‘Ninguém irá lhe fazer mal’.

Foi nesta hora que a insegurança guiou os passos da Criança, procurando por um abraço acolhedor no meio de todo aquele tormento. Claro que isso surpreendeu aquele monstro que, despreparado, tentou ser cuidadoso ao retribuir aquele gesto.

“Sinta-se em casa, pois este agora é o seu Reino”.

É nesta perspectiva que apresento a vocês o lançamento de Sua Majestade – um Jogo sobre Infância, Convivência e Mudança. Uma iniciativa conjunta do selo Jogos à Lá Carte e da editora Gentle Ogre. Um jogo diferente, escrito com carinho para você.

Prévia da arte impecável do jogo, pela artista Júlia Chiarelli

Nele, os jogadores irão vivenciar histórias de convivência, emoções e esperança, em dois papéis possíveis: os Monstros, que antes viviam isolados entre as ruínas de um reino esquecido, imersos em dor e desesperança; e a Criança, fulgaz e eufórica em descobrir onde chegou, e com o que pretende fazer lá.

Os Monstros viram na visitante um raio de esperança, e juntos tomaram uma decisão importante: coroaram-na como Sua Majestade, para que os liderasse a tempos melhores e felizes para todos.

Um Jogo Diferente…

Em toda sessão de Sua Majestade, o desafio do grupo de jogo será conviver, de modo pacífico e proveitoso a todes. Cada Monstro possui suas próprias características, e questões para resolver entre seus pares. O mesmo acontece com a Criança, que possui suas próprias pretensões para o reino.

Este ambiente torna-se propício para que conflitos e desentendimentos aconteçam, entre uma ou outra parte – os Monstros podem apoiar ou se opôr à Criança, diante tudo que se desenrola dentro do jogo.

Todas essas possibilidades são mediadas através de um sistema simples de mecânicas relacionais, e centradas na relação Criança-Monstros. Uma vez que cada jogador assume um papel dentro do jogo, é preciso recorrer a elas para obter a prioridade entre seus pares (partindo sempre da Criança, para possibilidades diretas de contestação).

Toda decisão tomada provoca transformações imediatas no ambiente de jogo, que é desenhado em tempo real. À Majestade, cabe a função de construir o seu próprio reino (com o apoio dos Monstros, ou por conta própria) – enquanto que os Monstros possuem liberdade para concordar com tudo que a Criança quer fazer, ou até mesmo para destruir tudo que lhes incomoda.

Não dá para contar mais nada deste jogo, daqui por diante. A experiência precisa ser degustada por você, caro leitor!

Um Convite à Fantasia

No momento, Sua Majestade está em pré-venda, no site da editora Gentle Ogre – você pode clicar aqui para adquirir o seu livro.
O jogo possui pouco menos de 40 páginas, num formato bastante similar ao de um livro infantil – ricamente ilustrado pela artista catarinense Júlia Chiarelli.

O jogo está disponível tanto em pdf quanto em livro físico + pdf; este último, inclusive, vem acompanhado de cinco marca-páginas – cada um deles servindo como “Cartilha” de cada uma das Personagens presentes no jogo (a Criança, e quatro tipos de Monstro).
Uma vez que a versão digital já está pronta, os clientes terão acesso a ela logo após a confirmação do pagamento. Sem espera, ou prazo de entrega.

Fica, portanto, o convite meu de vocês para conhecerem este jogo, que tem o propósito de encher a vida de vocês com aventuras, reflexões e amadurecimento. Apóiem esta iniciativa!

Que Luna os ilumine, e até a próxima!

RPG em Hollywood

20/08/2020

Quem acha que só os nerdões jogam nosso querido RPG de mesa, precisa sair um pouco do ambiente do Discord e Roll20 (é o que nos resta na pandemia) pra descobrir os nerds famosos!

Com esse intuito, o site Legião dos Heróis publicou um post sobre celebridades que curtem rolar uns D20s (o foco foi em Dungeons e Dragons), o que inclui:

  • Vin Diesel, de Velozes e Furiosos;
  • Terry Crews, de Todo Mundo Odeia o Chris;
  • Drew Barrimore, de Como se Fosse a Primeira Vez;
  • The Rock, de Jumanji;
  • Matt Damon, da coleção Bourne;
  • Joseph Gordon-Levitt, de A Origem;
  • Jon Favreau, de Eu te amo, cara,

e mais alguns outros que desconheço.

Parando pra pensar, faz todo o sentido, não?
Afinal, qual o melhor hobby para um ator do que um jogo de interpretação de papéis?

Deixo vocês com uma citação legal do Jon Favreau, que também trabalha como diretor:

“Foi uma preparação muito boa para ser cineasta. Me ajudou a construir mundos para fazer um filme de super-herói ou lidar com CGI no cinema. Me trouxe forte experiência em imaginação, narrativa, e compreensão de como criar um tom e um senso de equilíbrio”.

Massa, hein?

Roll the bones,

Chico Lobo Leal