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O RPG e o Dungeons and Dragons

30/07/2010

Minha intenção com esse post é fazer um resumo e uma apresentação sobre as edições referentes ao sistema mais famoso de RPG. As informações escritas foram retiradas de diferentes entrevistas e artigos na Internet, tanto em português quanto em inglês.

RPG, o começo

Ao falarmos do começo do Dungeons and Dragons, estamos automaticamente falando do começo do próprio RPG.

Tudo começou na década de 70 com 2 norte-americanos fãs de jogos de estratégia: Dave Arneson e Gary Gigax. Dois nerds com gostos semelhantes por história medieval, jogos de estratégia, fantasia e diversão.

Dave tinha criado um jogo chamado Blackmoor, no qual ele desenvolvia um sistema de exploração e um começo do que viria a ser a interpretação de personagens.

Já Gary era um entusiasta dos jogos de estratégia, tendo até criado uma associação para seu jogo Chainmail, em que reunia diversos jogadores amantes do gênero.

O Chainmail usava um sistema de regras que seria o que atrairia o encontro entre Dave e Gary. As duas mentes brilhantes viram o potencial dos jogos de cada um, e se uniram para criar algo novo.

Dessa união sairia um novo jogo, praticamente um novo módulo para o Chainmail de Gigax. Em pouco tempo, esse novo módulo de 50 páginas evoluiu para um sistema de 150 páginas. Em janeiro de 1974, nascia o Dungeons and Dragons.

O despertar do Dragão

Dungeons and Dragons já transmite em seu nome uma prévia do que esse sistema te espera: exploração em masmorras, monstros fantásticos e magia.

Desde 1974, o D&D teve várias edições:

O primeiro D&D

D&D (o primogênito): Consistia em uma pequena caixa com 3 livretos: Volume 1: Homens & Magia, Volume 2: Monstros e Tesouro e o Volume 3: Subterrâneo & Ambiente Selvagem. Foi lançado pela Tactical Studies Rules (TSR), empresa de Gary e na qual Dave fez parte, e custava apenas 10 dólares (bons tempos).

Haviam 3 classes de personagens: combatente, usuário de mágica e clérigo. Assim como 4 raças: humano, anão, elfo e hobbit (este último resultaria em um processo dos detentores dos direitos de Tolkien sobre a TSR).

O jogo utilizava as regras de combate do Chainmail, e presumia-se que os jogadores possuíam o mesmo.

Curiosamente, algumas das ilustrações dos livros eram feitas pelo próprio Dave Arneson.

Posteriormente houve adições de cenários, como o já citado Blackmoor e o renomado Greyhawk, presente até hoje nas edições mais atuais do D&D.

Em 1977, a TSR agora sem Arneson (que resolveu, assim como Bruce Dickinson em outra época, investir na carreira solo) criou uma nova estratégia: a divisão do D&D entre um jogo mais simples (D&D Basic Set) e um mais complexo (Advanced Dungeons & Dragons).

D&D Basic Set:

Elaborado por John Eric Holmes, a edição simples do D&D tinha suas regras originais reescritas e reeditas. Visando um público alvo mais abrangente – não necessariamente amante de wargames, o jogo explicava o conceito e os métodos do RPG. Foi posteriormente revisado e expandido por diversos autores em 1981, 1983 e pela última vez em 1991.

Advanced Dungeons and Dragons 1a edição (AD&D 1a edição):

Elaborado por Gygax, o jogo era mais organizado e mais independente (não necessitava mais do Chainmail por exemplo). Fora incoporado extensões, cenários e regras mais complexas .

Consistia em 3 livros, que iriam se consagrar com o tempo no D&D: O Livro do Jogador, o Guia do Mestre e o Manual dos Monstros.

AD&D 2ª edição:

Capa do Livro do Jogador - AD&D 2a edição

10 anos depois do lançamento do AD&D, um pequeno time de game-designers começou um esforço conjunto para lançar uma nova edição para o jogo. A tarefa fora compreendida em 2 anos, e, em 1989, a TSR lançou o Advanced Dungeons and Dragons 2ª edição. Afora as diferenças de regras, como o uso de medidas reais (pés) ao invés das medidas de jogos de tabuleiros (polegadas) e a nova classe de armadura – THAC0, o jogo teve uma grande mudança em outros aspectos: saíram elementos “do mal” como assassinos, meio-orcs e demônios. Houve um esforço para enfatizar o lado heróico e o trabalho em equipe, retirando a ambigüidade moral presente na 1ª edição. O marketing e a arte da nova edição também foram modificados para tentar cativar o público feminino.

O AD&D 2ª edição foi o primeiro RPG lançado em terras tupiniquins, e com ele aumentou-se o número de RPGistas brasileiros, antes limitado pra quem tinha contato com pessoas que viajavam para o exterior ou  quem tinha grana pra pagar impostos na alfândega. Foi publicado pela Editora Abril, e seus livros podem ser encontrados até hoje com os jogadores mais antigos, ou em algum canto semi-esquecido das lojas.

A 3ª edição e a 4ª edição terão posts a parte aqui no blog.

Entusiastas de cada escreverão suas opiniões, assim como uma descrição menos superficial.

É isso aí, vejo vocês em alguma taverna!

3 Comentários leave one →
  1. 03/08/2010 13:10

    Minha primeira aventura foi de AD&D, sem saber o que era direito.

    Depois, meu pai me comprou a caixa de D&D da GROW e eu tentei jogar com muitos, muitos amigos. Sem sucesso…

    Só comecei a jogar com frequência e com um grupo fixo quando achei um grupo na cidade onde eu estudava. Dormia na casa de amigos no fim-de-semana só pra jogar AD&D varando a noite.

    E eu ainda tenho os livros de AD&D da Abril!

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