O RPG e o Dungeons and Dragons
Minha intenção com esse post é fazer um resumo e uma apresentação sobre as edições referentes ao sistema mais famoso de RPG. As informações escritas foram retiradas de diferentes entrevistas e artigos na Internet, tanto em português quanto em inglês.
RPG, o começo
Ao falarmos do começo do Dungeons and Dragons, estamos automaticamente falando do começo do próprio RPG.
Tudo começou na década de 70 com 2 norte-americanos fãs de jogos de estratégia: Dave Arneson e Gary Gigax. Dois nerds com gostos semelhantes por história medieval, jogos de estratégia, fantasia e diversão.
Dave tinha criado um jogo chamado Blackmoor, no qual ele desenvolvia um sistema de exploração e um começo do que viria a ser a interpretação de personagens.
Já Gary era um entusiasta dos jogos de estratégia, tendo até criado uma associação para seu jogo Chainmail, em que reunia diversos jogadores amantes do gênero.
O Chainmail usava um sistema de regras que seria o que atrairia o encontro entre Dave e Gary. As duas mentes brilhantes viram o potencial dos jogos de cada um, e se uniram para criar algo novo.
Dessa união sairia um novo jogo, praticamente um novo módulo para o Chainmail de Gigax. Em pouco tempo, esse novo módulo de 50 páginas evoluiu para um sistema de 150 páginas. Em janeiro de 1974, nascia o Dungeons and Dragons.
O despertar do Dragão
Dungeons and Dragons já transmite em seu nome uma prévia do que esse sistema te espera: exploração em masmorras, monstros fantásticos e magia.
Desde 1974, o D&D teve várias edições:
D&D (o primogênito): Consistia em uma pequena caixa com 3 livretos: Volume 1: Homens & Magia, Volume 2: Monstros e Tesouro e o Volume 3: Subterrâneo & Ambiente Selvagem. Foi lançado pela Tactical Studies Rules (TSR), empresa de Gary e na qual Dave fez parte, e custava apenas 10 dólares (bons tempos).
Haviam 3 classes de personagens: combatente, usuário de mágica e clérigo. Assim como 4 raças: humano, anão, elfo e hobbit (este último resultaria em um processo dos detentores dos direitos de Tolkien sobre a TSR).
O jogo utilizava as regras de combate do Chainmail, e presumia-se que os jogadores possuíam o mesmo.
Curiosamente, algumas das ilustrações dos livros eram feitas pelo próprio Dave Arneson.
Posteriormente houve adições de cenários, como o já citado Blackmoor e o renomado Greyhawk, presente até hoje nas edições mais atuais do D&D.
Em 1977, a TSR agora sem Arneson (que resolveu, assim como Bruce Dickinson em outra época, investir na carreira solo) criou uma nova estratégia: a divisão do D&D entre um jogo mais simples (D&D Basic Set) e um mais complexo (Advanced Dungeons & Dragons).
D&D Basic Set:
Elaborado por John Eric Holmes, a edição simples do D&D tinha suas regras originais reescritas e reeditas. Visando um público alvo mais abrangente – não necessariamente amante de wargames, o jogo explicava o conceito e os métodos do RPG. Foi posteriormente revisado e expandido por diversos autores em 1981, 1983 e pela última vez em 1991.
Advanced Dungeons and Dragons 1a edição (AD&D 1a edição):
Elaborado por Gygax, o jogo era mais organizado e mais independente (não necessitava mais do Chainmail por exemplo). Fora incoporado extensões, cenários e regras mais complexas .
Consistia em 3 livros, que iriam se consagrar com o tempo no D&D: O Livro do Jogador, o Guia do Mestre e o Manual dos Monstros.
AD&D 2ª edição:
10 anos depois do lançamento do AD&D, um pequeno time de game-designers começou um esforço conjunto para lançar uma nova edição para o jogo. A tarefa fora compreendida em 2 anos, e, em 1989, a TSR lançou o Advanced Dungeons and Dragons 2ª edição. Afora as diferenças de regras, como o uso de medidas reais (pés) ao invés das medidas de jogos de tabuleiros (polegadas) e a nova classe de armadura – THAC0, o jogo teve uma grande mudança em outros aspectos: saíram elementos “do mal” como assassinos, meio-orcs e demônios. Houve um esforço para enfatizar o lado heróico e o trabalho em equipe, retirando a ambigüidade moral presente na 1ª edição. O marketing e a arte da nova edição também foram modificados para tentar cativar o público feminino.
O AD&D 2ª edição foi o primeiro RPG lançado em terras tupiniquins, e com ele aumentou-se o número de RPGistas brasileiros, antes limitado pra quem tinha contato com pessoas que viajavam para o exterior ou quem tinha grana pra pagar impostos na alfândega. Foi publicado pela Editora Abril, e seus livros podem ser encontrados até hoje com os jogadores mais antigos, ou em algum canto semi-esquecido das lojas.
A 3ª edição e a 4ª edição terão posts a parte aqui no blog.
Entusiastas de cada escreverão suas opiniões, assim como uma descrição menos superficial.
É isso aí, vejo vocês em alguma taverna!
Minha primeira aventura foi de AD&D, sem saber o que era direito.
Depois, meu pai me comprou a caixa de D&D da GROW e eu tentei jogar com muitos, muitos amigos. Sem sucesso…
Só comecei a jogar com frequência e com um grupo fixo quando achei um grupo na cidade onde eu estudava. Dormia na casa de amigos no fim-de-semana só pra jogar AD&D varando a noite.
E eu ainda tenho os livros de AD&D da Abril!