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Biblioteca de Heróis – Dario Brakensword

17/03/2014

Continuando uma das seções mais interessantes aqui do blog (e, curiosamente, uma das mais abandonadas), apresento hoje o relato de Dario Brakensword, um dos personagens mais importantes na minha trajetória como RPGista. Dario me mostrou que o desafio é maios estimulante que a zona de conforto, e foi à partir dele que comecei a criar personagens não-usuais (para mim). O estereótipo do Alça-de-bota havia sempre estado presente na minha lista de aventureiros, até que o cavaleiro Brakensword surgiu.

Aproveitem!

Dario Brakensword

Dario era um nobre cavaleiro, nascido em berço-de-ouro. Avatar de Galahad, o jovem louro era imbuído das mais altas virtudes, e desconhecia coisas corriqueiras como o medo (que o tornava temível e muitas vezes imprudente em combate), ou mesmo o valor do dinheiro para as pessoas comuns.

Crescido com serviçais ao seu redor, Dario era o aventureiro mais generoso de todos os Reinos Esquecidos, nunca deixando de ajudar um mendigo, o que gerava admiração de alguns, e revolta de outros.

Brakensword possuía um cavalo (que posteriormente se tornaria mais renomado que seu próprio dono), e juntos com seu grupo de amigos, tornara-se um dos patronos de Jalanthar, a mais nova cidade dos Reinos.

O cavaleiro enfrentara orcs, trolls, dragões, esqueletos, dragões-esqueleto, e dizem alguns que fora um dos poucos heróis a adentrar na Tumba dos Horrores e sair com vida.

Dario era o cavaleiro reluzente em sua armadura dourada, e isso era motivo de orgulho para ele. Após alguns anos de aventuras, o cavaleiro conseguira um dos equipamentos mais incríveis existentes, item que viria a ser sua assinatura e posteriormente seu apelido. Brakensword encontrou o incrível escudo-de-leão, proteção mágica que continha nada menos do que uma cabeça leonina na parte externa – aterrorizante, e ao mesmo tempo feroz. Suas presas eram tão afiadas quanto a espada de seu mestre, agora conhecido como Dario Coração de Leão.

A trajetória do cavaleiro foi tão surpreendente, que mesmo seu irmão mais velho, Tomas, resolveu convidá-lo para uma reunião de família, algo impensável anteriormente. Tomas Brakensword era o primogênito e na juventude Dario via-o como um modelo a ser seguido. O herdeiro das posses e títulos da família Brakensword havia domado um dragão negro aos 16 anos de idade, tornando-o sua montaria. Uma lenda viva.

O encontro com Tomas deu-se no alto de uma escarpa, numa região conhecida pelo wyverns. Dario e seus amigos tiveram uma difícil viagem até lá, mas as histórias do dono de Pituco instigava seus companheiros. Possivelmente Tomas teria alguma missão importante para eles, quem sabe até uma proposta de aliança com Jalanthar… As expectativas eram grandes!

Os heróis subiram a escarpa com dificuldade (nesta época Pituco já era falecido e Dario só usava montarias mágicas, recusando-se a tomar outro cavalo), e no topo dela encontraram Tomas, em sua armadura de escamas de dragão, tão negra quanto sua própria montaria, que por sinal também estava lá.

Os wyverns voavam ao redor dos dois, sem atacá-los. Seria possível que o primogênito Brakensword havia domado estas bestas também?

A alegria de Dario era evidente, e ele correu para encontrar seu irmão. Tantos anos haviam se passado!

Ninguém sabe o que se passou na cabeça de Dario, mas seus companheiros de repente foram atacados pelos wyverns, ao mesmo tempo que Tomas sacara sua espada, bradando um desafio. Dario não teve a oportunidade de abraçar seu irmão mais velho.

Aparentemente o primogênito desejava ser o único Brakensword a ganhar renome nos Reinos Esquecidos, e a possibilidade de ter um irmão para reinvidicar o que lhe era seu por direito não o agradava.

O duelo fora rápido. Uma vez que Tomas fora desarmado pela famosa “finta do leão”, seu dragão interferiu no combate, agarrando o caçula e alçando vôo. 10, 20, 30, 40 metros…

E então Dario foi liberto, despencando das alturas e caindo de braços abertos para a morte. Uma prova que o destino guarda finais semelhantes para os grandes amigos…

Tomas ordenou aos Wyverns que parassem o ataque, seu objetivo já havia sido cumprido. Os companheiros de Dario recuperaram o corpo do cavaleiro branco, e dizem as lendas que nenhuma gota de sangue manchara o puro cavaleiro, com a exceção do rosto. Este exibia sangue em forma de lágrimas, escorrendo dos olhos azuis celestes que nunca se abririam mais.

Talvez a dor da queda e da morte não eram nada comparada à dor da traição pelas mãos de seu próprio irmão. Hoje em dia a escarpa da região dos Wyverns tem um novo nome: Lágrima do Leão.

E este foi o fim de Dario Brakensword, embora as canções sobre sua história nunca deixaram seu nome morrer de verdade.

Dario Brakensword

Coração de Leão

4 Comentários leave one →
  1. m4lk1e permalink
    18/03/2014 23:07

    Que a imagem do Leão persista por várias canções, atingindo e elevando espíritos semelhantes por todos os Reinos Esquecidos.

  2. gerbur12 permalink
    20/03/2014 00:24

    Cara, interessante essa história.

    Mas, achei o personagem bem cavaleiro tradicional. Não entendi muito bem porque ele te abriu as portas para fugir do convencional.

    Agora a história dele é louca. Que irmão é esse? Do nada atacou o cavaleiro com dragão e tudo?! Só consigo imaginar o tamanho da briga na hora de raspar a assadeira do bolo… rs

  3. 20/03/2014 01:22

    Você tá certo Gonça, o Dario é o cavaleiro tradicional, reluzente em sua armadura branca.
    E exatamente por isso ele me abriu a porta pra fugir do MEU convencional, que sempre foi jogar com personagens malandros, de tendência dúbia, anti-heróis, etc.

    Cara, foi uma sessão doida, o Mestre puxou esse irmão do background do meu personagem do nada… mas foi legal! Curti o final do Coração de Leão :D

  4. 20/03/2014 10:53

    Eu tenho muito orgulho de ter sido o mestre da maioria destas histórias!

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